Kidux

16-11-2010 23:25

 

O Kidux surgiu pra mim como uma solução para inúmeras questões que há muito tempo me preocupavam, enquanto mãe e usuária da rede.  Considero a iniciativa dos desenvolvedores de extrema relevância e indiscutível importância: pornografia, pedofilia, bullying, apologia à violência e ao uso de drogas, entre outros riscos a que os pequenos usuários podem ser expostos, estão tomando proporções alarmantes e é praticamente impossível que possam ser combatidos sem ações firmemente criadas para este propósito, ou ainda, sem que essas tenham a devida divulgação e apoio de pais e educadores. Leandro Cruz, um dos criadores do software, muito gentilmente esclareceu minhas dúvidas sobre mecanismos de busca na web e todas as informações que ele me passou foram tão úteis, que resolvi compartilhar com vocês.

 

Depois de muito buscar, pude constatar que, pelo menos no Brasil, ainda não temos uma ferramenta de busca especificamente criada para ser utilizada por crianças nem existe nenhum projeto do Google ou de outra empresa em desenvolvimento nessa área, em específico. Segundo Leandro,

"os filtros do Google dificilmente conseguirão o resultado esperado pelos pais, por vários motivos, que vão desde problemas arquiteturais até de performance.  Mas o principal deles é que não existe uma forma do Google saber que o usuário é uma criança. Se houvesse, a ferramenta teria como filtrar o resultado... O problema de filtrar o conteúdo é bem complexo. Nós estamos trabalhando justamente neste filtro para o Kidux. Hoje tudo ainda é manual (melhor do que nada), mas um filtro automático seria bem melhor”.   

 

Leandro relata ainda, que o acesso à pornografia – que já é bem grave e pode interferir muito negativamente no desenvolvimento psicossocial e afetivo de crianças e adolescentes, não é o único perigo a que eles estão expostos e me citou outros (e não menos aterrorizantes) exemplos, como o assédio por pedófilos, o cyberbullying, o sexting e o tecnostress. Sobre o cyberbulling,  Leandro afirma: 

 

“Hoje, uma criança pode até se envolver com calúnia e difamação de maneira muito fácil. Antes da internet, isso era mais difícil. Na minha visão os pais estão despreparados para educar os filhos em relação a isso por um simples motivo: eles não passaram por isso. Não têm idéia do que fazer e em alguns casos, só a educação e o diálogo não adiantam. Os pais precisam de alguma ferramenta, como o Kidux, para ajudar”.  

 

Pergunto se seria possível o desenvolvimento de algo como um portal de busca para crianças com um banco de dados cadastrado e gerenciado por educadores e pais. Leandro me esclarece que de certa forma, é exatamente isso que eles  pretendem com o Kidux, mas em uma proporção menor do que eu esperava que pudesse ocorrer: eles têm trabalhado pela possibilidade de  busca restrita ao conteúdo cadastrado e/ou sugerido pelos usuários do serviço.

 

“Quando um usuário bloqueia um site pelo Kidux nós perguntamos que tipo de site é: pornografia, drogas, etc... O Kidux "junta" os bloqueios de todos os pais numa base de dados e usa esta mesma base para saber se deve bloquear outros sites”. 

 

Ou seja, o Kidux pode não ter ainda uma ferramenta de busca própria, mas eles gostariam de poder desenvolvê-la, ou ao menos, desenvolver um sistema que permita modificar os resultados de sites como google/bing/yahoo para remover links impróprios. Só isso eu já considero sensacional...      

 

Mas pensando lá na frente – vai chegar o momento em que meu filho dispensará minha presença em suas explorações pela rede, ou ainda, que a busca do Colégio Positivo não seja mais  satisfatória.  Aí que entra o Kidux, através do qual eu posso monitorar, moderar e até bloquear o conteúdo que considerar inadequado.  Claro que só poderei usar esse recurso até um certo limite de idade – e aí vai do bom senso de cada família identificar o limite entre cuidado, proteção e invasão de privacidade. Acredito que, com as providências que venho tomando – todas de conhecimento do meu filho – quando ele chegar à adolescência eu não precise mais ter essa preocupação, uma vez que, espero tê-lo educado para o discernimento entre conteúdo relevante e  entretenimento saudável, de conteúdo impróprio. Desde já converso muito com ele sobre a importância de resguardar nossa privacidade, de nunca fornecer informações pessoais ou senhas, ou ainda, sobre os riscos de comunicar-se com desconhecidos, por exemplo. Por enquanto ele acha bacana que eu use o Kidux – quando expliquei do que se tratava e que era importante para a segurança dele, ele entendeu e até  achou legal compartilhar a navegação na internet comigo.  Mais de uma vez aconteceu dele pedir que eu abra a visualização da página que ele está acessando, para me mostrar alguma coisa que ele gostou ou tirar uma dúvida. Só não me vejo monitorando a atividade dele quando tiver 13, 14 anos - até lá ele já deve ter preparo para navegar sozinho.      

 

À parte da importância dos filtros e aplicativos que podem ser tão úteis quando eles são pequenos, uma vez que estejam crescidos, os únicos recursos que teremos são a boa e velha comunicação – muito diálogo e informação – e negociação de limites bem estabelecidos. Para quem tiver interesse, o pessoal do Kidux dá uma palestra, focada nos pais, sobre os perigos da internet para crianças.  A empresa fica em Curitiba, mas eles estão constantemente viajando para falar sobre esse problema, então se um grupo de pais ou escola tiverem interesse no tema, é só entrar em contato com eles.

 

Links:

 

Kidux: https://www.kidux.com.br/

 

O que é cyberbullying e por que esse assunto é importante:

https://idgnow.uol.com.br/blog/navedigital/2010/03/03/o-que-e-cyberbullying-e-por-que-esse-assunto-e-importante/

 

Tecnostress:

https://www.psicoinfo.com.br/tec.shtml#2

 

Saiba quais os riscos do “sexting”:

https://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI66866-15228,00-SAIBA+QUAIS+OS+RISCOS+DO+SEXTING.html